Entendendo a vida de Detinha e Lene em momentos de feliz convivência, buscamos entender a despedida delas do nosso convívio biológico até o nível da cessação dos processos vitais passando para o processo metafísico e espiritual. 

        Impressas na psique universal, estas vidas permanecem em nossa psique grupal, coletiva e individual como padrões de organização psíquica necessária à nossa vida psíquica/simbólica. Assim chegamos ao aspecto arquetípico da morte sem incorrer num reducionismo teórico e sem cisão acessarmos o arquétipo vida/morte (faces de uma mesma medalha) nas imagens e lembranças destas duas eternas queridas a nos mencionar que não há vida sem morte, nem morte sem vida.

        Com ambas aprendemos e apreendemos que o horizonte da morte nos oferece a consciência de que finitude e limitação é Vida.

        Durante o período em que conosco partilharam alegre e sabiamente seus conhecimentos, deixaram em nós o registro de que “a morte é um dia que vale a pena viver” (Ana Claudia Quintana Arantes).

        Aprendendo estaremos sempre diante de inúmeros motivos, a buscar novos olhares, pensares e sentires de viver a vida e a morte.

        “Em confronto com a morte, a vida nos parece sempre como um fluir constante, como a marcha de um relógio a que se deu corda e cuja parada afinal é automaticamente esperada. Nunca estamos tão convencidos desta marcha inexorável do que quando vemos uma vida humana chegar ao fim, e nunca a questão do sentido e do valor da vida se torna mais premente e mais dolorosa do que quando vemos o último alento abandonar um corpo que ainda vivia.”  § 796 - A natureza da psique - Carl Gustav Jung.

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          Saudades sempre...

          Eneliz-CCEJ